A CATÓLICA-LISBON tem uma longa tradição de inovação no ensino de negócios e economia, e isso também foi visível nestes tempos únicos. Para segurança dos alunos, professores e funcionários a escola encerrou as actividades presenciais no dia 11 de Março. A partir desse momento, iniciou um processo acelerado de inovação digital, com formação intensiva e partilha das melhores práticas, onde em menos de 24 horas adaptou todos os serviços, incluindo momentos de ensino e avaliação, à nova realidade. «Os professores conseguiram adaptar as actividades de ensino ao formato remoto em tempo recorde, o que atesta as capacidades pedagógicas, digitais e organizacionais da escola. O corpo docente recebeu muita formação e combinou ferramentas conhecidas como o Moodle com ferramentas menos conhecidas como o Zoom e o Teams, a fim de manter a mesma normalidade durante o período», explica Diogo Lopes Pereira, director de marketing da CATÓLICA-LISBON.
Nas licenciaturas e mestrados a mudança foi completa abrangendo todas as disciplinas e ocorreu literalmente de um dia para o outro. O programa aberto da formação de executivos foi ajustado às necessidades manifestadas pelos participantes. E a pedido deles as sessões foram recalendarizadas. Cada programa tem mantido um acompanhamento adaptado e tem sido dado acesso a conteúdos online relacionados. Na área da formação customizada, alguns dos programas têm vindo a realizar- -se online e muitos outros estão a ser adaptados ao formato digital a pedido das empresas clientes.
«As aulas passaram a ser dadas através de ferramentas como o Zoom ou o Teams, tendo rapidamente todos os intervenientes se adaptado a este novo normal. Também passaram a ser colocados mais conteúdos de formação assíncrona em diversas plataformas com o Moodle e o edX em que os alunos podem integrar ao seu ritmo», afirma Diogo Lopes Pereira. Ao nível da avaliação foram adoptadas novas metodologias como por exemplo: questionários com perguntas diferentes por aluno, menos tempo disponível para reduzir a possibilidade de consulta, mais perguntas de desenvolvimento, entre outras. Os trabalhos de grupo mantiveram-se, mas agora são realizados de uma forma remota.
Conhecimento
Ao nível da partilha de conhecimento com os seus stakeholders, nomeadamente gestores e executivos de empresas, a Católica- -Lisbon tem procurado continuar a fazê-lo através da realização de inúmeras conferências Knowledge@ CATÓLICA-LISBON, onde são discutidos os temas mais relevantes da situação actual, como por exemplo, o impacto do COVID-19 na economia, quais as políticas que se deveriam adoptar nesta altura, como gerir equipas à distância, partilha de ferramentas para melhorar os business models ou as inovações que têm surgido durante esta pandemia. Adicionalmente, a Católica-Lisbon lançou uma clínica de PME onde se está a dar consultoria, em alguns sectores específicos, a PME com dificuldades financeiras a restruturarem os seus negócios.
«Em relação aos programas que temos feito, o feedback é positivo e tem mostrado que todos os modelos são possíveis: modelos de formação em real time ou síncronos, modelos assíncronos com a toda a formação gravada e modelos mistos», diz o director de marketing.
De facto, um dos sectores que será mais alterado por esta pandemia é o do ensino. Em relação aos métodos, depende muito dos conteúdos, mas uma coisa é certa: a capacidade de atenção no modelo online é mais reduzida do que no modelo presencial, pelo que faz sentido ter formações mais curtas se elas forem síncronas. Uma das vantagens que o modelo à distância tem, e que não deve ser desperdiçada, é o facto de poder permitir que cada participante faça a sua formação ao seu ritmo, pelo que é bom que existam conteúdos que possam ser visualizados a qualquer momento pelos participantes. É também importante existirem momentos colectivos de discussão, pois é da partilha das dúvidas e da opinião de várias pessoas que se consolidam os conhecimentos.
«Neste momento existem alguns programas intra-empresa a decorrer ou a iniciar-se brevemente como um programa sobre Blockchain e contratos Ricardianos ou um programa sobre Fintech Disruption, bem como vários outros», afirma Diogo Lopes Pereira.
A instituição está a reforçar a oferta online nas áreas de transformação digital, inovação, e áreas comportamentais. E está também a preparar o lançamento de vários programas abertos, como por exemplo: um sobre Business Model Innovation bootcamp, entre outros.
Desafios
A partir deste momento, os desafios alteraram-se pois não só é necessário desenvolver os programas que são mais relevantes para as empresas e os seus executivos, mas também encontrar as melhores metodologias para formar os executivos à distância. Não há dúvida que à distância há uma série de compontes que são difíceis de replicar: é díficil para os docentes monitorizarem o nível de atenção dos alunos, é difícil criar o network e espírito de grupo, mas há muitas outras coisas que é possível fazer. Por exemplo, numa cadeira de negociação da CATÓLICA-LISBON, um dos professores revelou que no online é possível simular situações mais próximas da vida real, em que várias pessoas com o mesmo problema se aliam e partilham informação e que também oferece a possibilidade de o professor fazer um acompanhamento mais personalizado dos alunos. «Como líder de mercado na formação de executivos a CATÓLICA-LISBON tem sempre como prioridade desenvolver quer os programas customizados, quer os abertos, este ano com o desafio extra de adaptar os modelos de leccionação para que a formação à distância seja tão boa ou melhor que a formação presencial», sublinha Diogo Lopes Pereira.
O director de marketing acredita que assim que passar esta crise, a procura por aulas presenciais e por conexão humana vai aumentar muito. É natural que professores e escolas incorporem algumas das aprendizagens deste período e que se recorra cada vez mais à formação online assíncrona para a partilha de informação que pode ser absorvida pelas pessoas ao seu ritmo e à formação presencial para a formação que beneficie de discussão e troca de opiniões.
Em 2020 é possível que muitas pessoas cuja carreira seja perturbada pela crise procurem formação como uma forma de se valorizarem profissionalmente. Por outro lado, devido à crise é também possível que muitas empresas reduzam os seus orçamentos de formação, pelo que é provável que aumente a concorrência na formação de executivos. «Em termos de formação as tendências são do ensino em formato blended, com formação síncrona e assíncrona, em que a formação presencial é substituída por formação à distância, mas em real time. Adicionalmente, os temas têm que ser muito relevantes para o momento que se vive, em que provavalmente a transformação digital, inovação e liderança continuarão a ser muito procuradas», afirma Diogo Lopes Pereira. As prioridades para este ano são manter a qualidade do ensino presencial na oferta à distância. «É sempre um desafio enorme conseguir conciliar a necessidade de aumentar o conhecimento com as restrições de orçamento e de tempo que algumas empresas possuem. Talvez com o online isso possa ser possível, complementando o acesso a informação digital com um custo de replicação baixo, com a formação dada por docentes em formato síncrono», afirma o director de marketing.
Diogo Lopes Pereira, Director de Marketing da CATÓLICA-LISBON.