Mudar é difícil. Todos sabemos! No entanto, nestes dois últimos anos e num mundo em rápida mudança, aprendemos que a mudança é provavelmente uma constante na vida. Sendo assim, porque é que é tão difícil para nós aceitar mudanças nas nossas rotinas diárias ou mesmo no nosso local de trabalho?
Vamos a tempo de ajudar as empresas a navegar nestes períodos de mudança. O mais difícil para esta mudança ter sucesso é o elemento pessoas, uma parte vital do todo que acabará por inviabilizar todo o processo de mudança se não for considerado como deve de ser.
Uma das soluções pode passar por adicionar mais mulheres em cargos de direção. Neste estudo, descobrimos que depois do ingresso de mulheres no C-level, as empresas tornaram-se mais abertas a mudanças e menos propensas a riscos. Por outras palavras, essas organizações abraçaram cada vez mais a transformação e inovação enquanto procuravam reduzir os riscos associados. Essas organizações investem mais em I&D e fazem menos aquisições. Isto sugere que adicionar mulheres ao C-suite não traz apenas novas perspetivas para a equipa de gestão de topo, mas muda a forma como a equipa de gestão pensa.
É possível que essas mudanças sejam simplesmente o resultado direto do aumento da diversidade na equipa de gestão. Estudos sugerem que ter perspetivas mais diversas para pensar nas principais decisões pode tornar um grupo mais aberto à mudança e mais propenso a ver a mudança como viável.
É preciso mostrar às jovens mulheres que têm um papel essencial na sociedade para liderar esta mudança que tanto desejamos. Não só no mundo corporativo, mas também como empreendedoras. Claro que existem obstáculos. As mulheres que criam empresas têm mais dificuldades de financiamento e têm menos visibilidade, mas foi precisamente por isso que foi criado o Women Entrepreneurship Award. O prémio que distingue mulheres empreendedoras serve de inspiração às gerações futuras. Há cada vez mais investigação que mostra que as empresas criadas por mulheres, apesar das dificuldades de financiamento, normalmente têm mais sucesso financeiro.
Há nas mulheres uma autolimitação que deve ser combatida, até porque estão a surgir novas realidades, como é o caso do teletrabalho, que vêm modificar a estrutura da família e permitir um maior equilíbrio.
Céline Abecassis-Moedas, Professora na CATÓLICA-LISBON